Para Virginia Woolf
E se todas as comportas forem abertas,
E se essa ânsia estender-se ao máximo,
E se depois ele sair do seu esconderijo,
E se pegar os caminhos que guardo aqui,
E se me tomar onde estou partida em vãos,
E se me subir à cabeça que eu mais descer,
E se assim eu mais permitir de me perder,
E se não houver tempo de mais respirar,
E se explodir todo chão dentro de mim,
E se esse devaneio me conduzir adiante,
E se tudo que guardo for embora junto,
E se essa sede secar de tanto que avança,
E se for essa velocidade a levar o meu ar,
E se houver um motor dentro da carne,
E se vier tão rapidamente que eu não saiba,
E se meus bloqueios não tiverem força,
E se as barragens não forem resistentes,
E se tudo saindo levar minha alma longe,
Eu vou, vou, vou, vou, vou só comigo,
Cair de solidão inteira depois das horas...
E se não há ouvidos para meus apelos,
E se ele não aparece, eu invento tudo,
E se não existem dois nesse meu mundo,
Há somente noite, dedos e procura.
Ricardo Fabião (maio - 2010)
Ricardo, perfeito o teu poema. Deu pra sentir e vestir.
ResponderExcluirParabéns pelo teu blog.
E se eu não tivesse sido contemplado com esse texto?
ResponderExcluirParabéns pela forma e conteúdo, meu velho.
Beleza de post!
Tenha um ótimo final de semana.
E se é assim tentar significar o quanto não estamos em nós mesmos,
ResponderExcluirdeixemos tudo pois à poesia, que levará a outros abrigos a
nossa incerteza de ser.
Renata e Jairo,
Agradeço a visita.
Abraços.
Ricardo.
A solidão nos proporciona uma infinidade de reflexões... Belo texto, Ricardo!
ResponderExcluirBeijo,
Ane
Ricardo Fabião
ResponderExcluirAqui cheguei,li e gostei.
Meus cumprimentos a você,
Efigênia Coutinho
in New York
Eis aí uma escritora que estou em débito com sua literatura.
ResponderExcluirQuero em breve me adentrar no universo da fêmea.
Abraço forte, Fabião.
O baiano aqui vai começar a morar em tua terra daqui a poucos dias.
Que os Anjos de Augusto me ilumem as rotas.
Sigamos...